Pipeline é a onda rainha do surf mundial e está intimamente ligada ao antes e pós-período sabático de John John Florence.
A 7 de fevereiro deste ano, então como detentor do título mundial, o consagrado havaiano surfou em Pipe a derradeira bateria antes do afastamento da competição. O ano sabático teve início com a derrota às mãos do patrício Barron Mamiya nos oitavos-de-final do Pipe Pro, etapa inaugural do CT versão 2025.
Mais de 10 meses depois desse momento, o três vezes campeão do mundo fez nos tubos de Pipeline o retorno à competição, depois de já ter anunciado que voltará à elite mundial em 2026 .
Ainda que o Pipe Pro seja apenas um QS2000 - último evento do circuito regional do Havai/Taiti - a expectativa era muita para ver novamente em ação o único surfista que se intrometeu na hegemonia brasileira no CT.
Tal como aconteceu recentemente com a regressada Carissa Moore, John John Florence espalhou classe. Nem parece que esteve tanto tempo arredado das lides competitivas. É verdade que este regresso dá-se na sua onda predilecta, mas o surf e o instinto competitivo estiveram lá.
Na 16.ª e última bateria da ronda 3 do Pipe Pro, o surfista de 33 anos brilhou. Num mar que não estava fácil, Florence fez uso de toda a sua experiência e conexão com este templo do surf mundial. Os tubos não abundavam, mas John John encontrou as duas melhoras ondas do heat, fruto de uma superlativa leitura do mar.
O aviso à navegação surgiu logo na primeira onda surfada, ainda na madrugada do heat. O natural do North Shore acariciou a perfeição com um tubo de 9,33 pts. Mais tarde, numa outra toca, fez nova nota de excelência (8,77 pts) e debaixo da prioridade de um adversário, exibindo todo o seu killer instinct.
Contas feitas, John John Florence serviu uma combinação aos três oponentes que encontrou na água, com uns expressivos 18,10 pts em 20 possíveis, o melhor score combinado da prova masculina, até ao momento. Pelo meio, também tentou fazer umas gracinhas com o seu jogo aéreo.
Entre a oposição, estava o experiente taitiano Tereva David, que também seguiu em frente, e o norte-americano John Mel, filho do conhecido big rider Peter Mel e que tinha conquistado o último campeonato (QS de Morro Bay) em que participou.
No seio do clã Florence, Ivan assegurou igualmente o acesso à ronda 4. A jornada só não foi imaculada porque Nathan ficou pelo caminho, ele que há um ano, por esta altura, conquistou o agora extinto Vans Pipe Masters.
Com esta apresentação de luxo, o mano de Nathan e Ivan Florence lançou uma forte candidatura à vitória num evento em que é o campeão em título e que tem como patrocinador principal a sua marca de roupa (Florence Marine X).
John John Florence
WSL
Nessa corrida ao topo do pódio do Florence Pipe Pro, John John terá que contar com a réplica do campeão olímpico Kauli Vaast, do velho conhecido Barron Mamiya e de outros surfistas havaianos sempre muito perigosos. Prova disso é os próximos adversários que terá pela frente: o ex-top mundial Ian Gentil, o muito rodado Josh Moniz e o teenager Luke Tema.
Menção final para a prova feminina, onde houve uma grande surpresa. A 'Rainha de Pipeline' caiu de primeira.
Campeã em título do QS de Pipe, Moana Jones Wong não se encontrou com o mar e somou apenas 4,23 pts. Isto na bateria em que sua irmã Eweleiula Wong entubou de forma magistral, vencendo com uns incríveis 18,27 pts a caminho das meias-finais. É a melhor pontuação combinada de toda a competição, até ao momento.
Eweleiula Wong
WSL/Tony Heff
Neste que é o seu segundo campeonato pós-regresso, Carissa Moore avançou para as meias-finais, assim como as também top mundiais Vahine Fierro e Gabriela Bryan. Já Erin Brooks, outra surfista do CT, não evitou a derrota de primeira.
O Pipe Pro tem o período de espera até ao próximo sábado e pode ser acompanhado através das transmissões em direto da World Surf League no seu canal de YouTube .
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