Sensivelmente 24 horas depois de tornar-se na primeira surfista portuguesa a conseguir a qualificação para o CT, Yolanda Hopkins voltou ao lineup do Point de Itaúna e para somar nova vitória.
Desta vez, a recompensa pelo sucesso era um lugar na final do Saquarema Pro, quinta e antepenúltima etapa do circuito Challenger Series versão 2025/2026. O heat decisivo, que ainda pode ser disputado esta sexta-feira, contará com a participação de Yo-Yo, neste que já é o seu melhor desempenho no 'Maracanã do Surf'. Um local que até ao ano passado, apesar de adorar, estava bem longe de ser aquele em que a antiga bicampeã europeia da WSL foi mais bem-sucedida.
Novamente com ondas pequenas e escassas oportunidades - condição 'vitaminada' com a maré a encher - Hopkins teve pela frente nova surfista australiana, no caso Sally Fitzgibbons, uma das grandes senhoras do surf mundial. Esta em caso de triunfo no Saquarema Pro também garantia, desde já, lugar no CT do próximo ano.
Disputada em 35 minutos e com as duas surfistas muito ativas (22 ondas surfadas), procurando 'tirar leite de pedra', a segunda meia-final teve equilíbrio. A dada altura, Sally e Yo chegaram a ter o mesmo score combinado (9,50 pts). Não foi tarefa fácil achar boas oportunidades, mas a vice-campeã mundial ISA conseguiu encontrar forma de derrotar a antiga vice-campeã do mundo, que assim vê adiada a requalificação para o CT.
Foi a consistência que a surfista algarvia tanto fala e procura que serviu de base a este saboroso sucesso. Fitzgibbons anotou a melhor onda (5,83 pts) do heat, mas foi a futura rookie do CT a somar mais pontos no total: 10,67 pts contra os 9,66 pts da veterana 'aussie'. Neste inesquecível percurso no Saquarema Pro, Sally Fitzgibbons foi a segunda antiga top mundial a sucumbir ao surf da campeã nacional Open em 2019. O mesmo já tinha acontecido à californiana Alyssa Spencer nos 'oitavos'.
"Sabia que ia ser um heat difícil, pois a Sally é uma competidora muito boa. Neste tipo de mar é sempre muito boa a encontrar as melhores ondas. Falhei algumas ondas, onde poderia ter feito melhores pontuações, mas consegui recuperar. O mar começou a morrer. Rezei e nos últimos três minutos não veio nada. Tive sorte", disse a diplomada olímpica na entrevista pós-heat concedida à WSL.
Com a qualificação para a elite mundial no bolso e livre de qualquer pressão, Yolanda Hopkins tem agora em ponto de mira outro objetivo: estrear-se como vencedora de etapas da Challenger Series.
"Não me sinto mais confortável, mas sim mais calma. Os últimos dias foram stressantes na procura da qualificação. Agora, estou mais relaxada. Amo Saquarema e quero muito vencer aqui", confidenciou a surfista que já este ano foi vice-campeã do Ballito Pro.
Em busca dessa meta, falta só superar mais um obstáculo. Tal como aconteceu em Ballito, a adversária na final é proveniente do País Basco.
Se na África do Sul a rival foi a contemporânea Nadia Erostarbe, agora a oponente é um rosto da nova geração do surf feminino europeu, a talentosa Annette Gonzalez Etxabarri, de 18 aninhos. A bicampeã europeia Júnior da WSL debuta em finais da Challenger Series, depois de, já nesta sexta-feira, ter derrotado a mana e campeã mundial ISA Janire Gonzalez Etxabarri. O seu surf de backside mostrou-se letal.
Ao longo da presente época, Yolanda Hopkins já defrontou por várias vezes e em diferentes continentes as irmãs Gonzalez Extabarri. No que toca a Annette, esta foi a surfista que atirou Hopkins para fora do US Open of Surfing e levou a melhor na final do Boardmasters. À terceira, esperamos que o desfecho seja diferente. Uma coisa está garantida, o Saquarema Pro terá pela primeira vez uma campeã oriunda do velho continente.
Neste potencial dia das finais, a ação foi interrompida logo a seguir à bateria que terminou com a vitória de Yo-Yo. Isto por causa dos efeitos da maré cheia.Na véspera, curiosamente, já tinha acontecido o mesmo.
Apenas haverá nova chamada às 19h15 (hora de Portugal continental), com possível retoma da competição às 19h35. Caso haja luz verde, tudo começa com as meias-finais masculinas.
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