Foi o culminar de um campeonato memorável! Este sábado, Yolanda Hopkins venceu o Saquarema Pro, quinta e antepenúltima etapa do circuito Challenger Series versão 2025/2026.
Depois da inédita qualificação para o CT - primeira portuguesa da história a consegui-lo - Yo-Yo coloca a cereja no topo do bolo, alcançando a primeira vitória da carreira em etapas deste competitivo circuito de acesso à elite mundial. "Tinha de ganhar um (n.d.r: evento)", repetiu nos últimos dias.
É a terceira surfista lusa a fazê-lo, juntando-se às compatriotas Teresa Bonvalot e Francisca Veselko (venceu a primeira prova da presente temporada).
Na final disputada no famoso 'Maracanã do Surf', em águas brasileiras, houve direito a um histórico duelo 100% europeu. Este coroou a primeira campeã do Saquarema Pro nativa do velho continente.
As protagonistas foram duas surfistas de gerações distintas e bicampeãs europeias da WSL em diferentes escalões. Yolanda Hopkins, de 27 anos e ex-bicampeã europeia Open, e a basca Annette Gonzalez Etxabarri, de apenas 18 aninhos e atual bicampeã europeia Júnior.
Novamente a medir forças na final com uma surfista oriunda do País Basco - o mesmo aconteceu no Ballito Pro - desta vez o desfecho foi diferente para a surfista algarvia.
Durante grande parte da bateria, o embate foi de sentido único, com a vice-campeã mundial ISA a tomar as rédeas desde muito cedo. Muita ativa - surfou 11 ondas em 35 minutos - Yolanda plasmou no Point de Itaúna todo o potencial do seu surf de backside, aliado a uma exímia escolha de ondas, que se apresentaram pequenas. Isto num heat em que teve de surfar com a maré mais vazia, depois de nos últimos dois dias ter entrado em cena com a maré mais cheia. Cenários diferentes, mas sempre com a campeã nacional Open em 2019 imparável.
O golpe final na talentosa Annette Gonzalez Etxabarri surgiu à entrada dos derradeiros 10 minutos, com uma onda de 7,33 pts, a melhor de toda a contenda. Estava construído o score combinado de 13,16 pts, que permitiu a Hopkins sair novamente da água carregada em ombros. O mesmo já tinha acontecido após ter assegurado a entrada no CT.
"Nos últimos anos, este evento tem sido tão especial. Qualifiquei-me há uns dias e ainda consegui vencer o campeonato no mesmo palco. É incrível. Tentei manter-me calma e ativa. As ondas estão complicadas. Sabia que tinha de estar bem, pois a Annette é uma grande competidora e surfou muito bem durante todo o evento. Hoje foi um pouco diferente. Surfei com a maré baixa quando vinha a sentir dificuldades com a maré cheia. Encontrei boas ondas para o meu surf de backside. Estou muito contente. A caminhada foi incrível", disse após a final a surfista que sucede à australiana Macy Callaghan como campeã do Saquarema Pro.
Estreante em finais da Challenger Series, Annette reagiu na reta final do heat, mas não foi possível dar a volta ao texto, somando 10,83 pts. Não sobe ao topo do pódio, mas deu um grande pulo no ranking. A irmã da campeã mundial ISA Janire Gonzalez Etxabarri subiu 15 lugares de uma assentada, entrando na zona de qualificação para o CT. É a sexta colocada.
Quanto a Yolanda, com o histórico triunfo obtido na prova brasileira, assumiu a liderança da hierarquia em ex aequo com o fenómeno francês Tya Zebrowski, de somente 14 anos. Até ao momento, estas são as duas surfistas que já garantiram antecipadamente a qualificação para a divisão máxima do surf mundial. Cinco lugares estão em aberto e Portugal pode agarrar mais vagas por intermédio de Kika Veselko e da campeã nacional Teresa Bonvalot.
Cumpridas que estão cinco das sete etapas em agenda, o circuito Challenger Series vai agora enfrentar uma longa paragem. Só é retomado em 2026. O regresso ocorrerá entre os dias 29 de janeiro e 9 de fevereiro, com a inédita visita a Pipeline, a onda rainha do surf mundial.
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