No último sábado, cerca de 50 pessoas recolheram centenas de peixes mortos na confluência da Ribeira da Carreira com o Rio Lis, em Leiria, na sequência das descargas de efluentes devido a uma avaria grave na estação elevatória de Monte Real.
Em declarações prestadas à agência noticiosa Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Leiria, Gonçalo Lopes, disse que a iniciativa partiu das juntas de freguesia da Vieira de Leiria (concelho da Marinha Grande) e de Monte Redondo e Carreira (concelho de Leiria), envolvendo a proteção civil e dezenas de voluntários.
Foram retirados “centenas de peixes mortos do rio”, uma vez que, desde que aconteceu a descarga, “nada tinha feito nessa área”, assinalou.
“Atualmente temos um problema ambiental muito grave nesse troço do rio”, realçou o autarca, acrescentando que é uma zona de pesca que “atualmente não tem peixe absolutamente nenhum”.
Gonçalo Lopes defendeu que é necessário fazer uma operação de limpeza à superfície, mas "sobretudo nos solos que poderão estar contaminados no leito do rio”, sublinhando que “este tipo de trabalho tem de ser planeado” e terá de haver um plano de investimentos nesta área “pelo responsável pelo crime ambiental, neste caso a AdClL [empresa Águas de Centro Litoral]”.
Gonçalo Lopes indicou que, esta terça-feira, haverá uma reunião entre elementos do Governo, dos municípios e a AdCL “para começar a delinear as ações de curto prazo e de médio prazo”.
“O que nós exigimos é que haja uma intervenção que reponha aquilo que é o prejuízo ambiental. A população está extremamente indignada com o que aconteceu e, sobretudo, naqueles momentos a seguir à reposição do sistema muito pouco tem sido feito”, lamentou.
A retirada de peixes, por exemplo, deveria ter sido assumida pela empresa, considerou o presidente da Câmara de Leiria, apontando que a ação de sábado visou a retirada à superfície, mas é expectável que existam mais peixes mortos no fundo do mar e junto às margens, referiu.
“Essa intervenção exige um envolvimento de meios que as autarquias não têm, nomeadamente barcos, maquinaria. Terá de ser a empresa a fazer essa intervenção, recorrendo aos serviços especializados”, reforçou.
Recorde-se que a ocorrência das descargas de efluentes levaram à interdição de banhos na Praia da Vieira, como a proibição de todas as atividades no rio Lis.
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