Sétima etapa do CT versão 2025, o Margaret River Pro regressou à água esta terça-feira após dois dias consecutivos de pausa.
No Oeste australiano, a previsão indicava a entrada de um swell pesado e assim foi. A World Surf League (WSL) tinha levantado a hipótese da ação desenrolar-se no slab tubular The Box, mas a competição voltou a disputar-se nas direitas do Main Break, que apresentou a sua face menos meiga.
Durante uma longa jornada, ali quebraram as maiores ondas da temporada, até ao momento. Condições poderosas que colocoram à prova os melhores surfistas do planeta. Perante a força do mar, assistiu-se a um festival de pranchas partidas.
Sally Fitzgibbons
WSL/Cait Miers
A terça-feira foi dedicada quase em exclusivo ao setor masculino, com as senhoras a entrarem na água apenas para a repescagem. Fase que foi superada pelas veteranas Sally Fitzgibbons e Lakey Peterson. Ambas, continuam a alimentar a esperança de ficarem dentro da zona de salvação.
Em sentido inverso, a basca Nadia Erostarbe deu por terminada a sua primeira passagem pela divisão máxima do surf mundial, onde substituiu a francesa Johanne Defay, que espera o nascimento do primeiro filho.
Entre os homens, a jornada quase que ditou o fecho das contas do cut. Dos 22 surfistas que vão deixar a West Oz acima do corte, apenas falta conhecer o nome de dois atletas.
As duas vagas vão ser decididas entre um surfista já eliminado e que está dentro da bolha, o experiente Alejo Muniz, e três nomes que procuram entrar nesse restrito lote e permanecem em competição.
O trio é composto por Imaikalani deVault, Crosby Colapinto e o rookie Jackson Bunch, sendo que estes dois últimos vão encontrar-se nos oitavos-de-final.
Neste momento, o sul-africano Matthew McGillivray está na última posição (22.º) acima da 'linha de água', mas já sabe que está fora da elite mundial. Isto porque Matt será sempre ultrapassado no ranking pelo vencedor do duelo entre Crosby Colapinto e Jackson Bunch.
Alejo Muniz
WSL/Beatriz Ryder
Em Margaret River, o dia intenso abriu com a repescagem masculina, que ditou a saída do CT do 'aussie' Ryan Callinan, bem como do brasileiro Deivid Silva.
Foi o início de uma terça-feira complicada para os atletas originários da Austrália e do Brasil. Estas foram as duas nações que sentiram em maior número os efeitos do cut, sendo que no país irmão os surfistas colocados no topo do ranking também não foram bem sucedidos.
Na ronda 3, a armada brasileira perdeu os contributos do rookie Edgard Groggia, Samuel Pupo e do experiente Ian Gouveia, que assim despediram-se da elite mundial.
No lado australiano, o estreante George Pittar e Liam O'Brien saíram derrotados da terceira ronda, o que para estes significou a saída de cena do circuito mundial de surf. A todos estes nomes, juntou-se ainda o havaiano Ian Gentil, competidor que nesta primeira metade da época substituiu o lesionado Gabriel Medina.
Ao invés, houve nove surfistas que asseguraram a continuidade no 'Dream Tour' e consequente requalificação para a temporada de 2026. Destaque para a presença de três estreantes: o francês Marco Mignot, o mexicano Alan Cleland e o jovem australiano Joel Vaughan.
Alan Cleland
WSL/Beatriz Ryder
Quem também respirou de alívio foi João Chianca, chegou à West Oz imediatamente acima do cut, Cole Houshmand, Connor O'Leary, Seth Moniz, Jake Marshall e Griffin Colapinto.
Tudo isto numa ronda 3 que mostrou-se nefasta para o top 5 do ranking. Apenas o sul-africano Jordy Smith e o japonês Kanoa Igarashi escaparam à razia verificada.
Os brasileiros Italo Ferreira e Yago Dora, os dois primeiros colocados da hierarquia, foram surpreendidos pelos wildcards Jacob Willcox e Mike McDonagh, respetivamente. Italo, que tem a licra amarela em risco, fez 'bingo' na perna australiana ao ser derrotado pelo terceiro evento consecutivo por surfistas convidados.
O outro surfista do top 5 eliminado foi o australiano Ethan Ewing, cortesia de Crosby Colapinto.
Numa ronda em que o italiano Leo Fioravanti exibiu-se a alto nível, fazendo o melhor score combinado com uns gordos 17,13 pts em 20 possíveis, há ainda a realçar os inesperados afastamentos de dois ex-vencedores do Margaret River Pro: Filipe Toledo e Jack Robinson.
Leo Fioravanti
WSL/Beatriz Ryder
Ambos, foram suplantados por dois surfistas havaianos, que estão a jogar a continuidade no CT. No heat com pontuações mais baixas da jornada, Toledo perdeu para Jackson Bunch.
Na última bateria do dia, Imaikalani deVault fez aquilo que já não se via desde 2021 em Margaret River. Um surfista bater o local Jack Robinson, campeão em título e vencedor de duas das três últimas edições do Margaret River Pro.
Filipe e 'Robbo' eram os únicos antigos vencedores que alinharam na edição de 2025 do evento australiano. Como tal, haverá a coroação de um campeão inédito desta etapa.
Com o período de espera até ao dia 27 de maio, o evento que encerra a perna australiana deverá prosseguir na água esta quarta-feira, com o swell a manter-se.
A chamada acontece às 00h15 (hora de Portugal continental) e a WSL já revelou que o 'call' será dado para The Box, onde poderá ter lugar os oitavos-de-final masculinos. Aumenta a expectativa!
Resultados repescagem masculina:
HEAT 1: Jacob Willcox (AUS) 11.03 DEF. Barron Mamiya (HAW) 9.24, Ryan Callinan (AUS) 8.20
Resultados repescagem feminina:
HEAT 1: Bettylou Sakura Johnson (HAW) 8.84 DEF. Sally Fitzgibbons (AUS) 8.33, Willow Hardy (AUS) 7.97
Resultads ronda 3 masculina:
HEAT 1: Mikey McDonagh (AUS) 12.77 DEF. Yago Dora (BRA) 11.30
Heats oitavos-de-finais masculinos:
HEAT 1: Mikey McDonagh (AUS) vs. Griffin Colapinto (USA)
Heats oitavos-de-finais femininos:
HEAT 1: Molly Picklum (AUS) vs. Bella Kenworthy (USA)
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