Numa altura em que está prestes a começar o período de espera do Gold Coast Pro, sexta etapa do CT 2025, a World Surf League (WSL) anunciou como vai ser o circuito mundial no próximo ano ao nível do formato e do calendário, faltando apenas revelar as datas dos eventos.
Muitas alterações vão marcar o próximo ano na divisão máxima do surf mundial.
Em comunicado oficial, o CEO da WSL, Ryan Crosby, fala no "início de uma nova era" para a entidade norte-americana.
Porém, a verdade é que em parte podemos denominar de regresso ao passado, com a reintrodução de um importante 'status quo' que reinava antes de Erik Logan virar o CT de pernas para o ar.
Em 2026, o circuito mundial de surf volta a ser disputado com uma temporada corrida a pontos entre abril e dezembro, na qual os títulos mundiais vão ficar na posse dos surfistas que acumularem maior pontuação no final do ano.
Para essas contas, valerão os nove melhores resultados alcançados pelos tops mundiais ao longo das 12 etapas que compõem o calendário.
Quer isto dizer que a WSL decretou o fim do formato de finalíssima em que o título mundial era discutido apenas pelo apenas o top 5 masculino e feminino após a temporada regular, num único dia de competição.
Desta forma, a decisão dos títulos mundiais volta a ter como palco os tubos de Pipeline, no idílico North Shore da ilha havaiana de Oahu. Situação inédita para as senhoras. O aumento da preponderância de Pipe é a pedra angular nesta "inovação estratégica" operacionalizada.
"Pipeline sempre teve um lugar especial na história do surf e os nosso fãs deixaram claro que querem ver ali os momentos mais críticos da modalidade", afirma Ryan Crosby, CEO da WSL.
Neste âmbito, a onda rainha do surf mundial deixa de ser o destino da etapa inaugural do ano, como vinha sucedendo desda a época 2020/2021, adquirindo novamente o privilegiado estatuto de derradeira prova da campanha. O campeonato será disputado em dezembro, tal como sucedia até 2019, com o famoso período de espera entre os dias 8 e 20.
Porém, há mais novidades em torno do histórico evento havaiano. Ao contrário das restantes etapas do calendário, que atribuem 10 mil pontos aos vencedores, haverá 15 mil pontos em jogo. O incremento pontual de 50% surge para apimentar ainda mais a corrida aos cetros mundiais. Simultaneamente, os oitos melhores colocados do ranking (masculino e feminino) beneficiarão de vantagens no seeding.
No próximo ano, a prova volta a ser batizada de Pipe Masters na sequência da transferência dos direitos do icónico nome da Vans para a WSL.
Recorde-se que nos últimos três anos, a Vans organizou em dezembro um evento especial tubular, denominado de Vans Pipe Masters. Em contrapartida com esta cedência de naming, a Vans adquire o exclusivo do vestuário e calçado durante a competição havaiana.
Quanto ao polémico cut, que tanta tinta fez correr nos últimos anos, este surgirá ainda mais tarde face a 2025. O corte só acontecerá após a nona etapa, a realizar em Trestles e que marca o fim da temporada regular.
Depois da visita à famosa onda de performance californiana, outrora palco da finalíssima, o elenco mundialista será reduzido de 36 homens e 24 mulheres para 24 homens e 16 mulheres. O ranking será estabelecido com base nos sete melhores desempenhos nas nove primeiras etapas.
O plantel mais magro vai abordar as duas etapas que antecedem o Pipe Masters. Para Pipeline, o elenco volta à forma inicial, com a inclusão dos surfistas que ficaram abaixo do 'cut'. Um prémio de consolação para estes atletas.
O par de eventos pós-temporada regular é composto pela etapa de Abu Dhabi, disputada em piscina de ondas artificiais, e a passagem por Portugal, mais concretamente por Peniche.
No próximo ano, Supertubos é novamente a única etapa europeia do calendário e é transferida para a posição de penúltima paragem da temporada, tal como vinha sucedendo até há seis anos.
Assim, termina o período em que a prova portuguesa desenrolava-se em março, o que sucedeu nas últimas quatro temporadas.
Neste momento ainda não são conhecidas as datas dos campeonatos, mas é expectável que os melhores surfistas do globo voltem a assentar arraiais na Capital da Onda durante o mês de outubro, no início do outono no hemisfério norte.
Para 2026, o roteiro do CT não apresenta nenhuma entrada ou saída face à presente temporada. A grande novidade está no facto de que passará a haver surfistas afastados logo na primeira incursão pela água, deixando de existir ronda 1 sem eliminações e posteriormente as repescagens.
À semelhança do que ocorria no passado, as hostilidades abrem na Austrália, com uma perna composta por três provas.
Só que desta feita, o evento inaugural não terá lugar na Gold Coast, mas sim na icónica Bells Beach, palco da mais antiga etapa do CT. Isto num ano em que o surf professional soprará as velas do 50.º aniversário.
Nota ainda para a criação de uma 'perna tubular', no miolo da época, com a WSL a colocar de forma consecutiva as etapas nas esquerdas de Teahupoo e Cloubreak, que este ano consagrará os novos campeões do mundo.
Etapas CT 2026:
CT1: Bells Beach, Victoria, Austrália
CT2: Margaret River, Western Australia, Austrália
CT3: Snapper Rocks, Queensland, Austrália
CT4: Punta Roca, El Salvador
CT5: Saquarema, Brazil
CT6: Jeffreys Bay, África do Sul
CT7: Teahupo'o, Taiti
CT8: Cloudbreak, Fiji
CT9: Lower Trestles, Calif., EUA
CT10: Surf Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos
CT11: Peniche, Portugal
CT12: Pipe Masters, Havai, EUA
Através da rede de livecams, podes visualizar em direto e em tempo real toda a evolução do estado do mar e da praia.
Podes também confirmar as previsões relativas a todas as praias através da nossa página Praias Beachcam.
Segue o Beachcam.pt no Instagram